Hábitos Alimentares e Aspectos do Cotidiano Vivenciado: Narrativas de Pescadores de Foz do Iguaçu, a Partir de 1959

Resumo

O presente artigo propõe reflexões e diálogos através de fundamentação teórica sobre os temas pescadores e fronteiras, discutindo aspectos alimentares através de narrativas de pescadores. Assim, objetiva-se estudar memórias de pescadores de Foz do Iguaçu, a partir de 1959, enfocando os hábitos alimentares, correlacionando-os com vivências locais. Opta-se por trabalhar com pescadores, por serem considerados minoria e, assim, esquecidos e marginalizados pela sociedade. Para uma compreensão da alimentação típica/gastronomia regional realizaram-se levantamentos pontuais sobre os alimentos cultivados, criados, pescados, consumidos e sobre os pratos preparados. O procedimento metodológico adotado neste trabalho busca interpretar dados obtidos em narrativas de entrevistas, ou seja, pesquisa oral temática. Foram entrevistados três pescadores e uma viúva de pescador que vivenciaram o período da pesquisa. Além das entrevistas, que contaram com a elaboração de um roteiro prévio, buscou-se bibliografia sobre o tema capaz de trazer discussões voltadas às temáticas de pescadores, fronteiras, memórias, esquecimentos, alimentação, poder simbólico, dentre outros, assim como documentos escritos e fotos sobre a realidade do cotidiano da época mencionada. As discussões a partir das narrativas reforçam a comida, como um elemento que reflete as vivências locais em suas esferas sociais, econômicas e culturais. Espera-se ter sido possível constituir bases que possam contribuir para uma compreensão transdisciplinar sobre o aspecto alimentar de homens e mulheres pescadores, ressaltando a alimentação como uma das ferramentas das ciências sociais. Espera-se ainda colaborar singelamente com a manutenção de memórias em Foz do Iguaçu.