Escola Família Agrícola de Goiás: A Pedagogia da Alternância no Percurso das Políticas Públicas para a Educação do Homem do Campo

Resumo

Neste artigo apresentamos uma discussão sobre a necessidade da educação para a diversidade, o respeito à cultura e à identidade de diferentes grupos sociais. O objetivo é compreender de que forma a proposta da pedagogia da alternância em Goiás pode contribuir para a inclusão social, bem como, a questão do respeito à diversidade. Tra-ta-se de um estudo qualitativo, tendo em vista o contato direto e prolongado com o ambiente pesquisado, bem como o caráter social da pesquisa. O estudo aponta o percurso histórico das políticas educacionais no Brasil ressaltando as ações voltadas para a educação no campo. A ausência de políticas educacionais voltadas para as necessidades das famílias rurais levou à implantação de escolas baseadas na pedagogia da alternância. As escolas fundamentadas nesta pedagogia foram implantadas durante o Regime Militar no Brasil, levando em consideração a industrialização e urbanização que se deram naquele momento. Esclarecemos que este modelo de escola partiu do questionamento de algumas famílias rurais francesas na década de 1930, as quais, preocupadas com o êxodo rural, buscaram junto à Igreja Católica um modelo de escola que conciliasse a permanência de seus filhos no campo, ensinando-os a lidar com a terra e ao mesmo tempo garantisse o processo de transmissão do conhecimento escolar formal, viabilizando desse modo, a permanência das novas gerações no espaço de agricultura familiar. Nesse sentido, o artigo faz algumas inferências acerca da proposta metodológica da pedagogia da alternância, levando em consideração o objetivo da mesma, a necessidade de valorização da cultura e identidade das famílias ligadas à agricultura familiar. Pontuamos que a pedagogia da alternância atua na intenção de consolidar um paradigma de educação voltado para o respeito à diversidade cultural deste grupo além de contribuir para viabilizar um ideal de sustentabilidade