Perfil farmacoterapêutico e epidemiológico de pacientes Covid-19 submetidos a ventilação mecânica invasiva em um hospital privado do oeste do Paraná

Autores

  • Carina Fabrícia Antunes
  • Monique Gonçalves
  • Marcos Antonio da Luz
  • Dayane Kelly Sabec-Pereira

Palavras-chave:

COVID-19, Ventilação Mecânica invasiva, Sedativo e Analgésico, Bloqueador Neuromuscular.

Resumo

Introdução: O tratamento farmacoterapêutico no cenário da Covid-19 apresentou desafios complexos para as equipes multidisciplinares. Os fármacos ocuparam um espaço muito importante na recuperação da saúde de pacientes com a doença da covid-19, entre as classes mais prescritas encontram-se os sedativos, os benzodiazepínicos, os analgésicos, os bloqueadores neuromusculares, os antipsicóticos e os antidepressivos, administrados para indução, manutenção e/ou desmame da ventilação mecânica invasiva (VMI). Esses procedimentos, além de atenderem às necessidades ansiolíticas, hipnóticas e amnésicas desses pacientes, visaram aliviar o desconforto associado à intubação orotraqueal e a traqueostomia e prevenir a dessincronia ventilatória. Objetivo: deste estudo foi descrever o perfil farmacoterapêutico e as características epidemiológicas dos pacientes graves com COVID-19 que necessitaram de VMI e foram internados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) covid. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo, retrospectivo com análise de prontuários de pacientes confirmados com Covid-19, e submetidos a VMI com uso da farmacoterapia associada e hospitalizados em UTIs- Covid no período de janeiro a dezembro de 2021, em um hospital privado do oeste do Paraná. Resultados: Foram analisados prontuários de 81 pacientes com síndrome respiratória aguda grave (SRGA) submetidos a VMI e que fizeram uso de medicamentos, analgésicos, BNM, antipsicóticos e antidepressivos para induzir, manter, ou realizar o desmame da VMI. Observou-se nos prontuários avaliados que 100% dos pacientes em estado crítico necessitaram de intubação orotraqueal (IOT), e que 24,7% evoluíram para traqueostomia (TQT). Na descrição dos prontuários os tempos médios de permanência na unidade de terapia intensiva e de ventilação mecânica foram de 31,71 e 22,95 dias, respectivamente. Em relação a farmacoterapia utilizada durante a evolução do tratamento, os medicamentos mais prescritos foram o fentanil com 93,8% das prescrições, midazolam 91,4%, rocurônio 88,9%, dexmedetomidina 64,2% e a morfina com 55,6%. A média de idade dos 81 pacientes foi de 59 anos, sendo 43 (53%) eram do sexo masculino, 30 (37%) possuíam educação básica. Em relação à evolução clínica dos pacientes, 34 (42%) pacientes tiveram alta e 47 (58%) pacientes foram a óbito. A idade média dos pacientes que faleceram foi de 63 anos. Conclusão: Conclui-se que os dados coletados neste estudo fundamentaram um protocolo terapêutico estabelecido para atendimento de pacientes diagnosticados com a Covid-19 e hospitalizado em UTI, principalmente no que se refere a terapia medicamentosa os pacientes que necessitaram de ventilação mecânica fizeram o uso dos medicamentos fentanil e o midazolam e o bloqueador neuromuscular rocurônio, todos os protocolos estabelecidos tiveram manutenção recomendada durante o período avaliado o que proporcionou uma alta taxa de sobrevida dos pacientes hospitalizados e principalmente os que foram submetidos ao procedimento de traqueostomia. 

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Publicado

17-05-2024